Os dois primeiros
parágrafos do volume 1 de O Capital antecipam o envolvimento total de Marx com o conceito que
o diferencia dos economistas clássicos
ingleses: o Fetichismo da Mercadoria. O conceito precursor do marketing
e do neuro-marketing. Um destaque especial para a nota de pé-de-página, onde o
velho Karl cita Nicholas Barton, que lida, em pleno século 17, com dois temas da
“marquetagem”: necessidade e desejo. A cada nova edição do Capital, Marx fazia
revisões no primeiro capítulo (“Mercadoria”). Vide sua observação no prefácio da 2ª edição alemã:
“A última secção do primeiro capítulo, «O caráter de
feitiço da mercadoria, etc.», foi em grande parte alterada.”
Meu sonho de principiante é poder ler esse capítulo na primeira edição (1867).
Meu sonho de principiante é poder ler esse capítulo na primeira edição (1867).
“A riqueza das
sociedades em que domina o modo-de-produção capitalista apresenta-se como uma
"imensa acumulação de mercadorias". A análise da mercadoria,
forma elementar desta riqueza, será, por conseguinte, o ponto de partida da
nossa investigação.
A mercadoria é, antes
de tudo, um objeto exterior, uma coisa que, pelas suas propriedades, satisfaz
necessidades humanas de qualquer espécie. Que essas
necessidades tenham a sua origem no estômago ou na fantasia, a sua
natureza em nada altera a questão. ( * ) Não se trata tão pouco aqui de
saber como são satisfeitas essas necessidades: imediatamente, se o objeto é um
meio de subsistência, [objeto de consumo,] indiretamente, se é um meio de
produção.”
( * ) "O
desejo implica a necessidade; é o apetite do espirito, que lhe é tão natural
quanto a fome para o corpo (...) A maior parte [das coisas] retiram o seu valor
do fato de satisfazerem as necessidades do espirito" (Nicholas Barbon, A
Discourse on coining the new Money lighter 1696, pp. 2 e 3).
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