“Je ne suis pas marxiste”. A frase de Marx em
carta a seu genro Paul Lafargue (casado com Laura) é origem da polêmica, que
persiste até hoje, entre os estudiosos da obra do parceiro de Engels. O que
Karl afirmava, na carta de 1870, era que os marxistas franceses estavam
deturpando suas ideias. Algo que dezenas de anos após iria se repetir com
Althusser ao sugerir pular a leitura do primeiro capítulo do Livro 1 de O
Capital por ser “muito hegeliano”,,,,
Imaginemos Marx viajando no tempo até a União
Soviética do marxista Stalin.
Com certeza uma reação muito semelhante à de Jesus
“viajando” até a Europa da Inquisição – “Je ne suis pas chrétien”.
Vale recordar um texto recente de Delfim Netto
no jornal Valor Econômico:
“ É verdade absoluta que: Marx nunca foi marxista e tinha dúvidas sobre
eles; Keynes nunca foi keynesiano e desconfiava de quem declarasse que o fosse;
Samuelson, o criador da síntese neoclássica, teve freqüentes achaques de
fraqueza heterodoxa; o sempre abusado Hayek foi muito melhor e mais sofisticado
do que o supõem os “não hayekianos”.”
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