quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Carta de Amor de Marx


Decorridos treze anos de seu casamento com Jenny, Marx permanecia um apaixonado. O trecho de carta ao seu grande amor está registrado no texto “Marx e as mulheres”, da doutoranda da UFF Anna Marina Madureira de Pinho Barbara Pinheiro.
”(...) Eis que assomas diante de mim, grande como a vida, e eu te ergo nos braços e te beijo dos pés à cabeça, e me prostro de joelhos diante de ti e exclamo: ‘Senhora, eu te amo’. E amo mesmo, com um amor maior do que jamais sentiu o Mouro de Veneza. (...) Qual de meus muitos caluniadores e inimigos de língua viperina censurou-me, algum dia, por ser chamado a representar o principal papel romântico num teatro de segunda classe? E, no entanto, é verdade. Se os patifes tivessem alguma inteligência, teriam retratado ‘as relações produtivas e sociais’ de um lado e do outro, eu a teus pés. E embaixo escreveriam: ‘Olhem para esta imagem e para aquela (...)”

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Marx nos 469 anos da morte de Lutero

Hoje, 18 de fevereiro, os luteranos celebram a morte de Lutero, em 1546.
Hirchel Ha Levi, o pai de Marx, de uma família de rabinos teria – pragmaticamente - se  convertido, ao protestantismo para poder exercer sua profissão de advogado.
Assim, aos seis anos o menino Karl foi batizado no luteranismo. Ao que parece, um pouco de Lutero (1483-1546) ficou no inconsciente do jovem. No terceiro dos “Manuscritos Econômicos Filosóficos” – Propriedade Privada e Trabalho – Marx registra que Engels chamava Adam Smith de o Lutero da Economia Política.

“Assim, em vista dessa economia política esclarecida que descobriu a essência subjetiva da riqueza dentro da estrutura da propriedade privada, os partidários do sistema monetário e do mercantilismo, para quem a propriedade privada é uma entidade puramente objetiva para o homem, não fetichistas e católicos. Engels está certo, por isso, de chamar a Adam Smith o Lutero da  Economia Política. Assim como Lutero reconheceu a religião e a fé como a essência do mundo real, e por essa razão assumiu uma posição adversa ao paganismo cristão; assim como ele anulou a religiosidade externa ao mesmo passo que fazia da religiosidade a essência interior do homem; assim como ele negou a distinção entre sacerdote e leigo porque transferiu o sacerdócio para o coração do leigo; também a riqueza extrínseca ao homem e dele independente (só podendo, pois, ser adquirida e conservada de fora) é anulada. Isso quer dizer, sua objetividade externa e indiferente é anulada pelo fato de a propriedade privada ser incorporada ao próprio homem, e de ser o próprio homem reconhecido como sua essência. Mas, como resultado, o próprio homem é levado para a esfera da propriedade privada, exatamente como, com Lutero, é levado para a da religião. Sob o disfarce de reconhecer o homem, a economia política, cujo princípio é o trabalho, leva à sua lógica conclusão a negação do homem. O próprio homem não mais é uma condição da tensão externa com a substância externa da propriedade privada; ele próprio se converteu na entidade oprimida por tensões, que é a da propriedade privada. O que era anteriormente um fenômeno de ser extrínseco a si mesmo, uma manifestação extrínseca real do homem, transformou-se, agora no ato de objetivação, de alienação.”


terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Sociedade Civil by Marx/Engels

Em 1845-1846 Marx e Engels produzem a obra conjunta "A Ideologia Alemã". Segue transcrição de um trecho sobre “a sociedade civil” e cabe aqui uma ressalva relevante: no original alemão a expressão é “bürgerliche gesellschaft “ mas, segundo o tradutor a expressão tem ambivalência ( sociedade burguesa ) que estaria caracterizada no último período.
“ A sociedade civil compreende todo o intercâmbio material dos indivíduos em uma determinada etapa do desenvolvimento das forças produtivas. Compreende toda a vida comercial e industrial  de uma etapa, e nesta medida transcende o Estado e a nação, embora, por outro lado, tenha de se fazer valer em relação ao exterior como nacionalidade e de se articular como Estado em relação ao interior. O termo sociedade civil surgiu no século XVIII, quando as relações de propriedade já se tinham  desembaraçado da comunidade antiga e medieval.

A sociedade civil como tal somente se desenvolve com a burguesia; a organização social que se desenvolve a partir diretamente da produção e do intercâmbio, e que em todos os tempos forma a base do Estado e da restante superestrutura idealista, continuou sempre, no entanto, a ser designada com o mesmo nome.”