terça-feira, 21 de outubro de 2014

Capitalismo, um instante histórico.

Em sua coluna – Valor Econômico 21/10/14 – Delfim Netto apresenta o capitalismo como um instante do processo histórico, não sendo perfeito, nem seu fim. Afinado com o velho Karl ?
“A história dos últimos cem anos mostra que a cada surto do "laissez-faire" (particularmente depois dos anos 20 e 70 do século passado), seguiu-se uma grave crise do setor real induzida pelo sistema financeiro desregulamentado, que foi acompanhada por enorme discussão teórica sobre o papel do Estado na economia. Enquanto se discutia, ele nunca deixou de crescer, a ponto de tornar-se, em 1930-35, o "salvador de última instância" do capitalismo, o que se repetiu em 2008. Mas por que continuar a insistir no capitalismo? Pela simples e boa razão que ele é resultado de um mecanismo evolutivo de seleção quase natural, que tem a capacidade de adaptar-se combinando relativa eficiência alocativa com as sempre novas exigências sociais e com respeito à liberdade individual. Ele é apenas um instante do processo histórico: não é perfeito nem é o seu fim.”


Sufrágio Universal

Em 6 de março de 1895, 5 meses antes de sua morte (5/8/1895), Engels produz um de seus mais amadurecidos ensaios, ao fazer a introdução de mais uma edição alemã da “A Luta de Classes na França”. Um dos destaques  do texto é o sufrágio universal.
“Graças ao uso inteligente que os operários alemães fizeram do sufrágio universal introduzido em 1866, o crescimento surpreendente do partido é tornado claro para todo o mundo por números incontestáveis ​​: 1871, 102.000 ; 1874, 352.000 ; 1877, 493.000 votos socialdemocratas.
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E assim aconteceu que a burguesia e o governo passaram a ser muito mais temerosos com a ação legal do que com a ação ilegal do partido dos trabalhadores; com os resultados das eleições do que com a  rebelião.
Por aqui, também, as condições da luta tinha mudado fundamentalmente. Rebelião no estilo antigo, luta de rua com barricadas , que decidiu a questão em todos os lugares até 1848, tornou-se , em grande parte, ultrapassada.”
Em 21 de outubro de 2014, em sua coluna no Valor Econômico, Delfim Netto mais uma vez enaltece o sufrágio universal: Qual foi esse fundamental avanço civilizatório? Foi o "emponderamento" do cidadão que o sufrágio universal realizou no século passado.”

 Cumprida a profecia de Engels ?

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Arroz marxista.

O conceito é do cientista social Michael Lowy, em entrevista a O Globo, em 3/10/14: “O marxismo é como arroz, é universal, mas cada povo faz do seu jeito. Com o feijão brasileiro vai dar um gosto diferente.”