Em sua coluna
– Valor Econômico 21/10/14 – Delfim Netto apresenta o capitalismo como um
instante do processo histórico, não sendo perfeito, nem seu fim. Afinado com o
velho Karl ?
“A história dos últimos cem anos mostra que a cada surto do
"laissez-faire" (particularmente depois dos anos 20 e 70 do século
passado), seguiu-se uma grave crise do setor real induzida pelo sistema
financeiro desregulamentado, que foi acompanhada por enorme discussão teórica
sobre o papel do Estado na economia. Enquanto se discutia, ele nunca deixou de
crescer, a ponto de tornar-se, em 1930-35, o "salvador de última
instância" do capitalismo, o que se repetiu em 2008. Mas por que continuar
a insistir no capitalismo? Pela simples e boa razão que ele é resultado de um
mecanismo evolutivo de seleção quase natural, que tem a capacidade de
adaptar-se combinando relativa eficiência alocativa com as sempre novas
exigências sociais e com respeito à liberdade individual. Ele é apenas um
instante do processo histórico: não é perfeito nem é o seu fim.”