Em 28 de março de
1870, Marx publica, na revista Die Neue Zeit, artigo sobre a “preparação”
da Inglaterra para a “aniquilação” do capitalismo. Devem ter faltado aos
ingleses “espírito de generalização e
paixão revolucionária”.
“Apesar da iniciativa revolucionária partir da França,
somente a Inglaterra pode servir de alavanca para
uma revolução econômica séria. É o único país onde já não há mais nenhum camponês e onde a propriedade fundiária está
concentrada em poucas mãos. É o único país onde a forma
capitalista — ou
seja, o trabalho combinado em grande escala sob empresários capitalistas — se
apoderou de quase toda a produção. É o único país em que a grande maioria da população consiste em
trabalhadores assalariados (wages labourers). É o único país onde a
luta de classes e a organização da classe operária pelas Trade Unions alcançou
um certo grau de maturidade e de universalidade. Graças à sua dominação sobre o
mercado mundial, a Inglaterra é o único país em que toda a revolução nas
relações econômicas tem imediatamente de se repercutir sobre o mundo inteiro.
Se o sistema de senhores da terra [Landlordismus]
e o capitalismo têm neste país a sua sede clássica, também, por
outro lado, as condições materiais da sua aniquilação
estão ao máximo amadurecidas. O Conselho Geral está agora na feliz
situação de ter diretamente a mão nesta
grande alavanca da revolução proletária; que loucura, sim, quase
que se podia dizer: que crime não seria deixá-la apenas em mãos inglesas!
Os ingleses dispõem de todos os pressupostos materiais necessários para uma revolução
social. Aquilo que lhes falta é o espírito
de generalização e a paixão
revolucionária.”
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